Parques Urbanos: proposta de elaboração de índice de qualidade como subsídio à gestão

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Thamires Maria Santos
https://orcid.org/0009-0003-6783-2151
Carlos Eduardo Menezes Silva
https://orcid.org/0000-0003-1156-156X
Anselmo Bezerra
https://orcid.org/0000-0003-0722-9417

Resumo

Parques urbanos proporcionam aos visitantes uma série de benefícios. Elementos da infraestrutura associados à sua localização afetam a usabilidade e a percepção dessas contribuições. Estudos de qualidade para áreas verdes urbanas oferecem dados de desempenho e são excelentes ferramentas de monitoramento para o poder público. Este estudo elaborou um índice de qualidade dos parques urbanos de Recife (PE) considerando duas dimensões: observação direta das características dos parques e percepção dos usuários. A metodologia foi adaptada de um modelo da Fundação Aron Birmann e atribuiu notas através de um questionário de avaliação contendo cinco categorias de desempenho com 27 subcategorias e 103 critérios. Somou-se a esses dados, 9 subcategorias representadas pela usuários dos parques. A média geral dos parques atingiu a nota 3,43, considerada regular na escala adotada de 0 a 5. Como resultados, os parques: Macaxeira (3,37), Lagoa do Araçá (2,96), Caiara (2,79) e Apipucos (2,3) ficaram abaixo da média. O parque Apipucos, último colocado, foi o único a atingir a classificação “ruim”. Em outro sentido os parques: Jaqueira (4,29). Santana (3,90), Dona Lindu (3,80), Santos Dumont (3,64), Treze de Maio (3,61) e Sítio da Trindade (3,60), atingiram a classificação ótimo e bom. Conclui-se que a geração de indicadores é uma ferramenta útil para avaliar a gestão e uso dos parques urbanos e balizar novas políticas, como discussões sobre concessão desses espaços à iniciativa privada e/ou terceiro setor.

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Como Citar
Santos, T., Silva, C. E., & Bezerra, A. (2023). Parques Urbanos: proposta de elaboração de índice de qualidade como subsídio à gestão. Metodologias E Aprendizado, 6, 467–482. https://doi.org/10.21166/metapre.v6i.3820
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Seção
Artigos

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