PRINCIPAIS PARASITOSES GASTROINTESTINAIS EM BOVINOS PROVENIENTES DE PROPRIEDADES LEITEIRAS DE MUNICÍPIOS DO ALTO URUGUAI, SANTA CATARINA
Resumo
A importância que a produção de leite adquiriu no setor agrícola brasileiro é incontestável. No estado de Santa Catarina destaca-se a região Oeste, que contribui com 72,6% do total de leite produzido. A atividade está mais presente em pequenas propriedades, que por vezes são carentes de auxílio técnico especializado, o que acarreta em práticas de manejo inadequadas e prejuízos à produção. Em ruminantes, as doenças parasitárias são responsabilizadas por perdas econômicas, redução no ganho de peso, baixa fertilidade e custos com controle. O objetivo desse trabalho foi estabelecer um cenário completo referente às verminoses gastrointestinais em bovinos leiteiros do Alto Uruguai Catarinense. Foram visitadas individualmente 33 propriedades leiteiras, nas quais aplicou-se um questionário aos produtores e coletou-se amostras de fezes de 13 bovinos por propriedade. Os dados obtidos através do questionário foram tabelados e avaliados através do programa SPSS 15.0. As amostras de fezes foram avaliadas através das técnicas de Gordon & Whitlock, para nematoides e cestódeos, e Dennis, Stone & Swanson modificada, para trematódeos. Posteriormente, as amostras positivas na primeira técnica foram agrupadas por propriedade e submetidas à coprocultura. 84,85% das propriedades foram positivas para helmintos gastrointestinais e a coprocultura apontou como parasitos mais prevalentes: Haemonchus spp. em 45,45% das propriedades e Trichostrongylus spp. em 48,48% das propriedades. Na avaliação da técnica de sedimentação para trematódeos, 100% das propriedades foram positivas para Eurytrema sp. e 30,30% para Fasciola hepatica. Concluiu-se a existência de grande variedade de parasitos coabitando em uma mesma propriedade e por vezes em um mesmo animal, tornando necessária a utilização de diferentes medidas de controle para cada tipo de parasito.
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Referências
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