MÚSICA QUE NÃO VERÁ: MOVIMENTOS MUSICAIS E DITADURA MILITAR NO BRASIL DO SÉCULO XX

Autores

  • Felipe Bonates Tavares IFC - Campus Blumenau
  • Rayssa Tifany de Moura Castilhos IFC - Campus Blumenau
  • Mária Eduarda Couto Gomes IFC - Campus Blumenau
  • Marcelo Cordeiro Nascimento IFC - Campus Blumenau

Resumo

O projeto de extensão em questão está voltado para a análise crítica da relação entre três
movimentos musicais do século XX (a Jovem Guarda, o Tropicalismo e a MPB) e a
ditadura militar iniciada como golpe de estado em 1964. A ideia do projeto surgiu a partir
de leituras e discussões sobre como o ambiente político influencia a produção artística e
cultural em um país, e vice e versa: o Brasil dos anos 50, por exemplo, tinha como
principal represente o presidente Juscelino Kubitschek que, por seu perfil considerado
inovador e ousado, era chamado de o “Presidente Bossa Nova”. Essa antonomásia
também evidenciava o sucesso do estilo musical no contexto anterior ao golpe militar,
dentro da visão de crescimento e desenvolvimento da nossa nação. No caso da Jovem
Guarda, movimento do final dos anos 50 e começo dos 60, havia uma associação com a
alienação política. No entanto, alguns artistas desse movimento se associaram
ideologicamente ao regime militar, como é o caso do grupo Os Incríveis que gravou uma
canção (“Eu te amo, meu Brasil”) enaltecendo o país, justamente naquele momento
historicamente crítico. De outro lado, a Tropicália, por conta de seu caráter disruptivo,
também foi vista, inicialmente, como politicamente irrelevante, até que seus líderes,
Caetano Veloso e Gilberto Gil foram presos pela ditadura e exilados em Londres em 1968
– mesmo ano da decretação do AI-5, que radicalizou o processo político em vigência,
com cassações, prisões, torturas e assassinatos –, evidenciando o incômodo que a
liderança daqueles dois artistas baianos causava no status quo nacional da época. No que
concerne à MPB, não havia dúvidas com relação à postura contestatória desse movimento
musical contra a ditadura militar. Artistas como Geraldo Azevedo, que chegou a ser
torturado, e Geraldo Vandré sofreram com a repressão. No entanto, um dos que mais
incomodavam o governo militar era o cantor e compositor Chico Buarque, principalmente
na pele de Julinho de Adelaide, pseudônimo criado para driblar os censores. Canções
como “Jorge Maravilha” e “Apesar de você” faziam uso de metáforas que conseguiram
passar pelo crivo dos censores, e das censoras como a famigerada Dona Solange. Buarque
fazia uso da sua habilidade com as palavras para driblar os censores. Apesar dos Geraldos
e Chico, outros artistas do estilo, como Wilson Simonal e Elis Regina acabaram criticados

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Publicado

2023-11-28

Como Citar

Tavares , F. B., Castilhos, R. T. de M., Gomes, M. E. C., & Nascimento, M. C. (2023). MÚSICA QUE NÃO VERÁ: MOVIMENTOS MUSICAIS E DITADURA MILITAR NO BRASIL DO SÉCULO XX. Anais Da Mostra De Ensino, Pesquisa, Extensão E Cidadania (MEPEC) - ISSN 2596-0954, 5. Recuperado de https://publicacoes.ifc.edu.br/index.php/MEPEC/article/view/4754